quarta-feira, 19 de agosto de 2009

A casa

(Cleber M. Paulino)

Os vidros das janelas quebrados, a televisão caída, cortinas arrancadas. Arruaça par toda a sala, as gavetas reviradas, pontas de cigarro sob o carpete.

Roupas pelo chão da cozinha, no corredor sujo e molhado, muitos copos quebrados.

A torneira da pia pingava sem cessar.

Sem iluminação elétrica, apenas a iluminação que vinha do quintal onde as chamas consumiam um colchão.

O tecido dos sofás rasgado, inclusive minha poltrona predileta onde eu sentava.

Um barulho aparentemente vindo do quarto incomoda o silencio. Levantei e desconfiado fui ao quarto, tropecei em meus aparelhos eletrônicos pelo caminho. Empurrei a porta ascendi um isqueiro e vi em minha cama dois casais dormindo, não tive idéia de quem fossem.

Voltando a cozinha pisei em alguns livros meus que estavam em meio à bagunça. Abrindo a porta da geladeira que estava tombada a procura infundada de uma bebida. Sobre o balcão, em meio às garrafas vazias e quebradas, uma ainda pela metade, vodka barata sem gelo.

Pego a garrafa ascendo um cigarro e vou à rua bebi, bebi e bebia e gargalhando com desespero sentei-me em frete e bebendo adormeci olhando minha casa degradada, completamente destruída.